THE COVID!

quinta-feira, 30 de abril de 2020

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52020458

MAIS DE 6 MIL MORTES ...


6.006 mortos esta noite (oficiais - fora a subnotificação) ...
[a gripezinha virou genocídio!]

A CIFRA DE DEZ MIL MORTOS OCORRERÁ ANTES DE 08 DE MAIO...


Mas essa é a melhor das previsões: na pior, atingiremos essa cifra na metade do tempo: ou seja, dia 04 de maio, caso o DesGoverno não esconder dados ...

42o.DIA - SEIS MIL MORTES!!!

Os gráficos comparativos mostra a evolução rápida da pandemia no Brasil. Com quase 6.000 mortos, o Brasi I, dos números oficiais, prepara-se para passar um país europeu muito afetado pela COVID. Em 1 ou 2 dias, o Brasil I passará.
Considerando quase 50% de números subnotificados (e pode ser um percentual muito maior que esse), o Brasil já entra quase na casa das 10 mil vítimas fatais.
Cenas como Guaykil no Equador começam a ocorrer: portões de hospitais arrombados, mortos se acumulando em casas e em veículos, falta de caixões, dificuldade de covas individuais e aberturas de valas comuns, etc. Nosso Inferno apenas começou ...
Morte que segue ...

LE MONDE DIPLOMATIQUE


A LINHA COVID19-BOLSONARO: A DUPLA TRAGÉDIA BRASILEIRA


CINCO CENÁRIOS PREVISTOS PELO "IMPERIAL COLLEGE OF MEDICINE"

No Brasil os cenários previstos são os seguintes:
Cenário 1- Sem medidas de mitigação:
População total: 212.559.409
População infectada: 187.799.806
Mortes: 1.152.283
Indivíduos necessitando hospitalização: 6.206.514
Indivíduos necessitando UTI: 1.527.536
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Cenário 2 – Com distanciamento social de toda a população:
População infectada: 122.025.818
Mortes: 627.047
Indivíduos necessitando hospitalização: 3.496.359
Indivíduos necessitando UTI: 831.381
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Cenário 3 – Com distanciamento social E REFORÇO do distanciamento dos idosos:
População infectada: 120.836.850
Mortes: 529.779
Indivíduos necessitando hospitalização: 3.222.096
Indivíduos necessitando UTI: 702.497
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Cenário 4 – Com supressão tardia
População infectada: 49.599.016
Mortes: 206.087
Indivíduos necessitando hospitalização: 1.182.457
Indivíduos necessitando UTI: 460.361
Demanda por hospitalização no pico da pandemia: 460.361
Demanda por leitos de UTI no pico da pandemia: 97.044
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Cenário 5 – Com supressão precoce
População infectada: 11.457.197
Mortes: 44.212
Indivíduos necessitando hospitalização: 250.182
Indivíduos necessitando UTI: 57.423
Demanda por hospitalização no pico da pandemia: 72.398
Demanda por leitos de UTI no pico da pandemia: 15.432
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quarta-feira, 29 de abril de 2020

A PANDEMIA EM SEU 41o. DIA

Em seu 41o. dia, a pandemia semeia o terror no Brasil, onde lutamos contra um vírus e contra um verme na Presidência: o Amazonas já enterra os corpos dos desgraçados mortos pelo Mal sem caixões (e o Desgoverno se nega a fornecer os ataúdes); as principais UTIs dos grandes centros urbanos começam a colapsar e a população se desespera diante dos hospitais.
O gráfico abaixo mostra quer o Brasil começa a superar países que, inicialmente, foram contra o distanciamento social. Mas estes países aprenderam! O Brasil não!
Já já dobraremos o número de mortos e um pco depois o triplicaremos!
Bolsonaro deve ser expelido para Haia para  ser julgado como GENOCIDA!

"AS PALAVRAS TÊM PESO" ...

Em dois gráficos o avanço da pandemia de COVID-19 e as declarações mais marcantes do genocida Jair Messias Bolsonaro.
"As palavras têm peso", como dizia o jornalista Renan Antunes do DCM, falecido recentemente por envenenamento por cloroquina.


OS PRIMEIROS 40 DIAS E OS PRÓXIMOS ...

Os gráficos abaixo mostram o assustador aumento do número de letalidades no Brasil devido a COVID-19. 100 mortos nos primeiros 10 dias. 500 mortos, ou cinco vezes mais, nos dez dias posteriores. quatro vez mais, 2000 mortos nos outros 10 dias. E 2,5 vezes mais nos dez dias posteriores que fecham os primeiros 40 dias desde o óbito de número 1.
O segundo gráfico traz uma previsão do que serão os próximos 40 dias. Minha previsão, ao anlaisar a curva, é de 30 a 35 mil mortos.
Se somarmos aos números aterradoramente altos de óbitos por pneumonia e insuficiência respiratória fora da média de 2019 (ver artigo em postagem anterior), teremos, ao final da pandemia, a cifra perto de cem mil mortes!



terça-feira, 28 de abril de 2020

PROGRESSÃO E PROJEÇÃO DA PANDEMIA NO BRASIL

Levando em consideração somente os números oficiais, temos assim a evolução letal da COVID-19 no país: 10 dias, 100 mortos; 20 dias, 500; 30 dias, 2000; 40 dias (hoje), 5000 mortos!
Levando em consideração a evolução da letalidade fiz o gráfico previsor abaixo para os próximos 40 dias!


DADOS DO COVIDVISUALIZER E COVID19GRAPH - 40 DIAS




40o. DIA - BRASIL COMEÇA A SE TORNAR UM EPICENTRO NO HEMISFÉRIO SUL

Pelos dois gráficos abaixo vê-se que os números são extremamente preocupantes! Os casos oficiais e subnotificados já explodiram as UTIs de Manaus, Belém, Fortaleza e Natal. Em dois ou três dias lotarão as UTIs de São Paulo e Rio de Janeiro.
Manaus já não dispõe sequer de caixões!
Enquanto isso, ao isolamento social vai perdendo adesão ampliando os números da tragédia!
Para cada 10% de relaxamento do distanciamento social, o contágio aumenta numa proporção 10 X maior!
O DesPresidente Bolsonaro e seu DesMinistro da Saúde deverão pagar no futuro a Necropolítica que estão praticando em busca do genocídio do povo brasileiro.
Os gráficos abaixo mostram valores comparativos entre Brasil (notificado mais subnotificado), Bélgica, Holanda, Irã e Suécia, por tratarem-se de países que mostram número de mortes próximos do caso brasileiro e atitudes governamentais iniciais de descaso com o distancimento social. Porém, os governos destes países souberam retroceder, mas o Brasil persistiu na sua cavalgada insana em direção ao abismo!
Seremos o novo epicentro de uma enorme tragédia que vemos hoje se desenrolar nos EUA, Itália, Espanha, França e Inglaterra.



CENÁRIO DE 27 DE ABRIL DE 2020 - VALORES COMPARATIVOS


BOLSONARO QUERIA MATAR 30 MIL, MAS PODE TER MATADO O DOBRO!

Bolsonaro se superou e dobrou a aposta (e a meta), matando mais que o dobro do que desejava, por Marcos Danhoni

Através de uma análise detalhada de mortes por doenças respiratórias no Brasil, chamando a atenção para a sub-notificação, o professor Marcos Danhoni conclui: o total de óbitos hoje no país pelo coronavírus deve ser de 66.284; confira

Por Marcos Danhoni*
“Além disso, depois que a doença começou a se espalhar, aumentou tão rapidamente que os registros de óbitos cresceram muito, todos de supetão, e não fazia sentido diminui o fato ou se esforçar para que as pessoas considerassem a epidemia melhor do que estava. A contagem apresentada pelos boletins semanais de óbitos era suficiente, a morte de duas a três ou quatro mil pessoas por semana era suficiente para alarmar todos os centros comerciais do mundo.” (Um Diário do Ano da Peste, Daniel Defoe sobre a Peste de 1665-1666 em Londres).
Ontem, alertado por uma colega, após a publicação de meu artigo “Por que o Ministério da Saúde está falsificando dados sobre o número de mortos pela Covid-19”, fui conferir o site da transparência . Este site registra informações relevantes sobre nascimentos, óbitos, CPFs emitidos, casamentos, etc. Há uma aba especial para a COVID-19, fornecendo números de óbitos totais e discriminados por Estado. Até aí, nada que o diferencie dos demais sites assemelhados. Porém, a informação nova e altamente preocupante refere-se àquela dos dados de mortos por insuficiência respiratória (figura 1) e pneumonia (figura 2).

Figura 1. Óbitos por insuficiência respiratória 2019-2020.

Figura 2. Óbitos por pneumonia 2019-2020.

Somando todos os óbitos por insuficiência respiratória em 2019, temos 45.629 casos, numa média de 3.802 casos/mês. Somente nos quatro primeiros meses de 2020 (e ainda não terminamos o mês de abril!), o total de óbitos por esta enfermidade soma surpreeendentes 42.538 casos! Multiplicando os 3.802 casos/mês de 2019 por 4 meses, deveríamos ter um número de mortos médio em 2020 de 15.208 casos, mas temos um número a mais de 27.330! Esse número excessivo deve-se quase indubitavelmente à COVID-19 e, portanto, faz parte da montanha, das dimensões de um Everest, de subnotificações gritantes.
Tomando agora o dado para pneumonia, temos números ainda mais surpreendentes e terríveis: em 2019, 59.802 pessoas morreram desta doença. Nos quatro primeiros meses de 2020, já morreram 55.900 pessoas! A média de mortos/mês de 2019 foi de 4.984 óbitos. Nos quatro primeiros deste ano, mantendo-se a média, deveríamos ter 19.934, mas temos um upgrade de 35.966 óbitos!
Preocupado com este dado fui investigar no site www.cardiometro.com.br (figura 3) os óbitos devido a insuficiência cardíaca porque ontem, na CNN internacional, foi noticiado que mortes por parada cardíaca em Nova York haviam crescido 800%. No entanto, o número de mortes no Brasil por esta doença, em torno de 380 mil/ano, tem mantido a média nos primeiros 4 meses de 2020.
Somando as duas cifras do upgrade de mortos relatados acima: 27.730 por insuficiência respiratória grave mais 35.966 por pneumonia, temos um total de 63.696 óbitos. Somando este valor ao irrisório número oficial de 2.588 mortos (até 21/04/2020) creditados à COVID-19, o total de óbitos hoje no país pelo vírus Corona deve ser de 66.284! Conclusão: o número de mortos é 25 vezes superior ao ridículo número apresentado pelo Ministério da Saúde. Se levarmos em consideração as imprecisões e o crescimento populacional no período, o número ainda assim deve estar por volta de 20 vezes mais aos números de óbitos por COVID-19 apresentados.
Numa antiga entrevista, o Messias da Morte, Jair Bolsonaro, disse que precisavam ser mortos no país mais de 30 mil pessoas! Parabéns, Sr. Presidente: o senhor mais que dobrou sua meta, resultado de sua inépcia, de sua ferocidade e de sua deliberada agenda nazifascista! Já pode ganhar um “Prêmio” no Tribunal Internacional de Haia: prisão perpétua por genocídio, como seus assemelhados Rudolf Hess, Slobodan Milosevic e Ratko Mladic! Morte que segue …

Figura 3. Número de óbitos nos primeiros 4 meses de 2020 por insuficiência cardíaca.


*Marcos Cesar Danhoni Neves é professor Titular do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá, autor do livro “O Labirinto do Conhecimento”, entre outras obras.

POR QUE "BRASIL II" NOS GRÁFICOS AQUI PUBLICADOS: 48% A MAIS - SUBNOTIFICAÇÃO

Os gráficos presentes nas postagens abaixo apresentam uma diferenciação entre BRASIL I e BRASIL II.
A estratificação se dá porque BRASIL I considera somente os dados oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde (MS).
Já o estrato BRASIL II considera os dados oficiais acrescidos de estimados 48% de subnotificações de mortes, segundo alguns orgãos de imprensa como a REDEBRASILATUAL.


VILAREJO NA ITÁLIA E O CONFINAMENTO - UM EXPERIMENTO





https://www.pragmatismopolitico.com.br/2020/03/vilarejo-da-italia-adota-experimento-inedito-e-consegue-conter-avanco-do-coronavirus.html

FALSIFICAÇÃO DE DADOS

Por que o Ministério da Saúde está falsificando dados sobre o número de mortos pela Covid-19, por Marcos Danhoni

Professor Marcos Danhoni fez um estudo comparativo que elucida o real impacto da pandemia do coronavírus no Brasil; confira

Por Marcos Cesar Danhoni Neves*
“É verdade que centenas, mais, milhares de famílias fugiram desta peste, mas muitas fugiram tarde demais e, então, não apenas morreram durante a fuga como levaram consigo a doença (…) por onde andaram, contaminando aqueles a quem procuravam por segurança. Isso confundiu muito as coisas, causando a propagação da doença através do que seria o melhor meio de evita-la”
(“Um Diário do Ano da Peste”, Daniel Defoe)
Desde o primeiro óbito no Brasil pela COVID-19 venho coletando dados tanto do contágio quanto do número de mortes, comparando primeiro com os países onde a pandemia mais matou: Itália, Espanha, França, Inglaterra.
Como estamos no início da pandemia que chegou com atraso ao hemisfério sul, resolvi fazer a comparação com países do hemisfério norte que apresentavam número de contágio ou de taxas de óbitos diários semelhantes aos nossos. Outro critério para minha seleção foi o descaso de certos governos com as consequências da pandemia, ou a adoção da tese absurda da “imunização por rebanho”, onde se despreza o isolamento social, esperando que todos se infectem, gerando imunidade. A Inglaterra, a Holanda e a Suécia pagaram um preço demasiadamente elevado por isso.
O gráfico abaixo mostra a curva mortal para cinco países: Bélgica, Suécia, Irã, Holanda e Brasil, analisando 33 dias desde o primeiro óbito em cada um destes países. Em relação ao nosso país, construí duas curvas, denominadas: BRASIL I e BRASIL II. O primeiro trata do número oficial; o segundo considera uma subnotificação média de 48% a mais, como relatado num semanário baseado em pesquisas estatísticas (levando em consideração o exagerado número de mortes por falência respiratória, além da média conhecida).
Ao final da tarde do nosso 33º dia, recolhi o dado brasileiro: 383 mortes em 24 horas! Comparei com os dados dos demais 4 países a partir dos sites www.covidvisuaizer.com e www.covid19graph.work . Acresci os 48% de subnotificações aos dados da ramificação BRASIL II (ver gráfico).

A partir do vigésimo dia e pelo número de mortes registrados no país, pela progressão geométrica registrada passei a tentar prever os números futuros (sob um isolamento social que vai se esfacelando rapidamente, graças aos desvarios fascistas de Bolsonaro). Fiz algumas contas e tentei uma equação exponencial e havia chegado aos seguintes números: 30º dia = 1900 mortos (deu 1947); 31º dia = 2200 (deu 2171); 32º dia = 2400 (deu 2462); 33º dia = 2800 mortos (havia dado 2846, mas depois corrigido para 2587). O gráfico acima foi fechado no final da tarde do dia 20/04/2020, poucas horas antes da “correção” do Ministério da Saúde.
Claramente, este é um ponto fora da curva, literalmente falando, posto que é falsificado! A saída de Mandetta, um político conservador, que aniquilou o Mais Médicos, o Farmácia Popular e queria liquidar o SUS, agiu na tangência da civilização, seguindo as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), e evitando a falsificação dos dados (desconsiderando as subnotificações que se devem, grandemente, à ausência de um número apreciável de testes).
O novo Ministro, Teich, além de evitar contato público e declarações públicas aos jornalistas, está envolvido numa mega-operação de fantasiar dados, diminuindo o número de vítimas fatais da pandemia, para ajudar no discurso de Bolsonaro para o término do isolamento social. Conseguirá o seu intento, mas de forma muito provisória, pois logo, logo o nosso número de mortos será semelhante àqueles europeus (Itália, Espanha, França, Inglaterra) e ao dos EUA. O genocídio só está começando: quem morrer, não verá país (civilizado) algum! Aos vivos, restará a lúgubre frase-lamento: “O horror, o horror, o horror!”, de Joseph Conrad em “O Coração das Trevas”.
*Marcos Cesar Danhoni Neves é Professor Titular em Física pela Universidade Estadual de Maringá, com Pós-Doutorado no Instituto de Física Enrico Fermi da Università La Sapienza di Roma, Itália, autor do livro “Lições da Escuridão” entre outras obras



segunda-feira, 27 de abril de 2020

39o. DIA - VALORES COMPARATIVOS



GRÁFICOS A PARTIR DO 31o. DIA APÓS O ÓBITO 01

Graphs - 31 days after the death number 01.















Carta de amor às minhas filhas em tempos de confinamento, Marcos Danhoni

"Hoje, minhas filhas, os velhos estão sendo rifados pelo sistema econômico que engendrou a praga. Estamos cegos, confinados, pensando em como sacrificar nossos pais, avós e toda a geração que nos trouxe até aqui em nome do lucro advindo da destruição do planeta. Mas nós não o faremos"

Por Marcos Cesar Danhoni Neves*
Minhas filhas, vocês sabem que completo 57 anos no próximo mês. Estamos separados pela contenção/confinamento, como único remédio para evitar uma doença que tem-se mostrado letal por onde passa (3,75% em todo o mundo e quase 10,0% de mortalidade entre os infectados na Itália).
Vivemos num país conflagrado pela ignorância e pelo neofascismo Bozo-Olavista. Este fator fará com que a pandemia aqui seja ainda maior e mais letal. Vocês me perguntaram se eu já tinha passado por algo parecido em minha vida. E respondi-lhes: a Tia Rosinha ficou “aleijada” pelo surto da poliomielite que se abateu sobre o Brasil e o mundo todo, quando milhares de crianças morreram ou ficaram paralíticas. A Tia Ana ficou surda de um ouvido no distante 1976 quando o regime militar escondeu a epidemia de meningite, que matou milhares, por não ter tido a capacidade de comprar e/ou produzir vacinas (seus dois outros tios, meus irmãos, também contraíram a doença mas escaparam sem sequelas).
Sobrevivi e sobrevivemos à AIDS, à dengue, à zika, à chicunguya, à tuberculose (que um de seus tios teve), à hanseníase (que seu bisavô teve), à síndrome da encefalopatia espongiforme (Vaca Louca), à H1N1, etc. Em síntese, o curso da vida nos impõe obstáculos difíceis ou letais. Em meu caso, consegui sobreviver, fortuitamente, a todas epidemias de maior ou menor espectro. Sobrevivi, paralelamente, a todo o ciclo do regime militar de 1964, mesmo editando jornais pequenos antifascistas na Universidade: O PODER, e A RESISTÊNCIA, sem me calar sob a ditadura! Mas hoje a urgência se impõe porque o COVID-19 é a mais letal das pandemias devido à sua velocidade, ainda mais no Brasil potencializada pelo fascismo Bolsonarista!
Tentei contar-lhes que, mesmo em meio ao caos apocalíptico de uma epidemia ou de uma tragédia de dimensões globais, é possível viver e aprender. Isaac Newton precisou se refugiar na fazenda de maçãs de sua mãe em Whoolsthorpe. Lá, distante da pestilenta Londres de 1665-66, ele dedicou-se aos estudos e inventou o cálculo diferencial e integral, o método binomial; descobriu a decomposição da luz branca nas luzes do espectro visível e começou a imaginar se a força de gravidade não se estenderia para a Lua e além. Contei ainda sobre a história de Albert Einstein, que precisou emigrar da Alemanha em 1933, devido ao pesadelo nazista; ou de meu caro amigo, Giulio Cortini, físico em Roma e partigiano, que explodiu 33 nazistas, mas resolveu viver escondido como guerrilheiro pelas vielas da cidade eterna. Fizeram ciência mesmo sob o domínio do medo, do terror e da morte iminente.
Tentei ainda contar-lhes, das reminiscências de minha memória, sobre a beleza de alguns livros, especialmente A PESTE, de Albert Camus; UM DIÁRIO DO ANO DA PESTE, de Daniel Defoe (que escreveu Robison Crusoé – e que conta a história da peste em Londres); AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA, de Gabriel Garcia Marques, e ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, de José Saramago. Estas Obras, duras e trágicas em suas histórias, tratam da Peste, da Morte, mas, sobretudo, do amor e de nossa infinita capacidade de sobreviver às condições mais inóspitas, num ato de comunhão com a Vida!
Na “Peste” de Camus, o autor relata que antes de chegar ao auge da doença, enquanto o flagelo reunia todas as suas forças para lançá-las sobre a cidade e apoderar-se dela definitivamente, os longos e desesperados esforços dos últimos indivíduos eram aqueles realizados na tentativa de reencontrar suas felicidades e tirar à peste essa parte deles. Era essa sua maneira de recusar a servidão que os ameaçava, e embora essa recusa, aparentemente, não fosse tão eficaz quanto a outra, a opinião do narrador é que ela tinha efetivamente um sentido e comprovava também nas suas próprias vaidades e contradições o que havia então de altivez em cada um de nós.
Daniel Defoe, por sua vez, relata em sua Londres pestilenta o fechamento das casas com seus habitantes dentro, considerando que também as casas eram contaminadas e seus habitantes perigosos para a comunidade. No auge da pestilência, morreram 40 mil pessoas num único mês. Imagine o que não foi para aquelas pessoas, mortas sem assistência, policiadas.
García Márquez, em seus tempos do cólera, relatava que achava mais fácil suportar as dores alheias que as próprias, naquele desespero coletivo da morte quase certa; da morte absoluta de si e de todos.
Saramago, com uma visão ainda mais apocalíptica, vizinha à que temos hoje com o COVID-19, dizia que estamos destruindo o planeta e que o egoísmo de cada geração não se preocupa em perguntar como é que vão viver os que virão depois. A única coisa que importa é o triunfo do agora. É a isto que Saramago chamava de a “cegueira” da razão. Dizia ele: “Se queres ser cego, sê-lo-ás”.
Hoje, minhas filhas, os velhos estão sendo rifados pelo sistema econômico que engendrou a praga. Estamos cegos, confinados, pensando em como sacrificar nossos pais, avós e toda a geração que nos trouxe até aqui em nome do lucro advindo da destruição do planeta. Mas nós não o faremos, porque conhecemos a solidariedade, a compaixão, o afeto, o amor!
Esta carta é para mostrar que gerações e gerações passaram por experiências apocalípticas, mas se reergueram das cinzas para depois nelas mergulharem após vastos e vastos incêndios, num ciclo infindável de uma humanidade que custa a aprender com a própria (e dolorosa) experiência do existir.
Mas em tempos do Corona, quero dizer que as amo e sempre as amarei, mesmo à distância e na clausura de nossos medos, que tornaram-se nosso lares. Suportaremos todas as dores porque nos preocupamos com os que virão. Parafraseando Saramago: “Lembrem-se de mim como uma rosa” … e, assim, nos percamos no enredo sinuoso de O NOME DA ROSA de Umberto Eco, lutando contra o mal do próprio homem, de tentar, a todo custo, matar a essência de nossos sentimentos e daquilo que somos e seremos! Somos fortes e nos amamos! Beijos!!!!
De seu pai…

*Marcos Cesar Danhoni Neves é Professor Titular da Universidade Estadual de Maringá, autor do livro “Lições da Escuridão” entre outras obras

(27 DE MARÇO DE 2020, 22H33)

MAIS NÚMEROS E DADOS

Another numbers and information.